A Pastelaria Benard está de parabéns, completa este ano 150 anos.
Mas este espaço dispensa apresentações, em pleno Chiado faz há décadas a delícia de lisboetas e turistas.
A sua localização privilegiada, um toque de requinte e a ampla esplanada ajudam ao sucesso, mas a qualidade do fabrico próprio de bolos e salgados contribui igualmente para a sua popularidade.
Podemos destacar os famosos croissants simples ou recheados com chocolate, doce de ovos ou morango e os pastéis de nata. Mas a oferta de bolos com chantily, coloridos macarrons, petit four, bolachas decoradas para crianças e claro os deliciosos salgados, também não podem ser ignorados.



No balcão colorido por estas tentações, pode saborear uma refeição rápida, este coexiste com a sala de chá que inspira lanches prolongados em boa companhia.
Na sala do restaurante, num ambiente confortável e intimista transmitido pela decoração clássica intemporal, pode tranquilamente usufruir de uma refeição de qualidade. São geralmente muito apreciados os pratos de Bacalhau à Lagareiro, a Empada de Pato e para finalizar o Paris Brest, um verdadeiro pecado de chantilly.



Um Pouco de História
Fundada em 1868 pelo Sr. Élie Benard, a então Pâtisserie Benard, situava-se na Rua do Loreto nas proximidades do Largo de Camões.
Será em 1902 que, sob a gerência dos herdeiros Casimiro, Pedro e Elias Benard, passou a ocupar as actuais instalações na Rua Garrett na zona mais central do Chiado.
Em 1914 o estabelecimento foi sujeito a obras de fundo. Desta intervenção resultou para além de um interior requintado e vistoso, muito elogiado pela imprensa da época, novos e modernos equipamentos na cozinha e a cantaria de pedra da fachada de gosto neoclássico que ainda hoje podemos observar.



Em 1926 a coquete Pâtisserie Benard que na sua designação revelava a legítima origem francesa, deu lugar à Pastelaria Benard. Este facto deveu-se ao surgimento da altíssima taxa cobrada pela Câmara Municipal de Lisboa aos dísticos das fachadas em língua estrangeira.
Neste início de século era muito evidente a diferença entre um café e uma pastelaria. Enquanto o café constituía ponto de encontro e de tertúlia do mundo masculino onde nenhuma mulher se atrevia a entrar, a pastelaria era uma sala de chá e tentações doces para senhoras. Neste espaço podiam conviver, ver e serem vistas nos seus melhores trajes e até os homens o frequentavam rendidos às mesmas tentações doces e às belezas femininas.



Imagem gentilmente cedida pela Pastelaria Benard.
Novas Gerências
Assim foi até ao fim da II Guerra Mundial quando os hábitos e normas sociais mudaram radicalmente. Por essa altura a Pastelaria Benard mudou de dono.
Passou então para a posse de Manuel José de Carvalho também proprietário da Pastelaria Marques que se situava na mesma rua, um pouco mais abaixo, hoje já desaparecida. Com a nova gerência destacar-se-á a organização de banquetes para celebração de casamentos, baptizados e outros eventos importantes. Destes será sempre lembrado o jantar servido à rainha Isabel II de Inglaterra aquando da sua visita a Lisboa em 1957.
Com o correr dos tempos a Pastelaria Benard foi entrando em declínio, perdendo qualidade e clientela. Nos anos 80 a situação financeira era deplorável, assim como o estado do seu património e o fim da Benard era iminente.
Maria Augusta Montes, uma empreendedora empresária com sucesso em outro ramo de actividade, de forma um pouco precipitada toma o estabelecimento de trespasse e apesar de muitas dificuldades reabilita o espaço devolvendo-lhe a dignidade e prestígio de outros tempos.



A Pastelaria Benard é umas das muitas lojas distinguidas pelo Projecto Lojas com História, pela sua relevância enquanto elemento identitário do carácter da cidade. E não é razão para menos!
Este projecto promovido pela Câmara Municipal de Lisboa visa preservar e salvaguardar os estabelecimentos de comércio tradicional, o seu património material, histórico e cultural.
Pastelaria Benard a celebrar 150 anos de doce tradição no coração de Lisboa.
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Que beleza de sugestão!
Sempre que eu passar no Chiado não deixarei de ir lá tomar um chazinho com um bolinho tão tentador. Nenhum “diabete” estará decerto por perto, e se estiver, eu o convidarei para me fazer companhia… Também ele ficará freguês.
Sem dúvida um espaço de tentações! Obrigada pelo seu comentário!
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