Olhe a Espiga! Olhe a Espiga! No Dia da Espiga, pela manhã, as ruas de Lisboa são invadidas por vendedores ambulantes de ramos de espigas. Uns trazem-nos em cestas de vime, outros enchem alguidares de cores garridas com os ramos fresquinhos.
O Dia da Espiga é comemorado na Quinta-feira da Ascensão, dia em que os cristãos celebram a Ascensão de Jesus Cristo ao Céu, 40 dias após a Ressurreição.
O povo acredita que a espiga apanhada nesse dia proporciona felicidade e abundância no lar. Segundo a tradição, entre as 12h00 e as 13h00 (hora sagrada), as pessoas vão ao campo e recolhem espigas e flores campestres para compor em ramo.
Este é pendurado de cabeça para baixo, atrás da porta de entrada ou da cozinha ou algures dentro de casa, até ao Dia da Espiga do ano seguinte, dia em que é substituído por um novo.
Os principais componentes dos ramos são em geral seis, mas podem variar consoante a região. Cada um deles surge em número ímpar e tem associado um valor simbólico:
- Espiga de trigo – Representa a abundância de Pão;
- Malmequer – Os malmequeres amarelos e brancos simbolizam Ouro e Prata;
- Papoila – Símbolo do Amor e da Vida;
- Oliveira – O ramo de oliveira trazido no bico da pomba é símbolo universal da Paz, mas também remete para a luz da candeia de azeite e para a Luz divina.
- Alecrim – Transmite Saúde e Força;
- Videira – Associada ao vinho e à Alegria.
Como Surgiu a Tradição do Dia da Espiga?
Não se sabe a origem exacta desta tradição com maior relevância nas zonas Centro e Sul de Portugal. Acredita-se que esteja relacionada com rituais pagãos, muito anteriores à era cristã. Rituais estes ligados à homenagem à deusa Flora e à celebração do fim do Inverno e do início da Primavera, altura em que se consagrava a Natureza para que trouxesse a promessa e esperança de novas colheitas.
No Dia da Espiga realizava-se a bênção dos primeiros frutos colhidos, ritual adoptado posteriormente pelos cristãos. À semelhança de outras festas ancestrais pagãs, a Igreja cristianizou esta celebração que atravessou séculos com dupla significação: Ascensão de Jesus ao Céu para os cristãos e Dia da Espiga, uma prática não religiosa do meio agrícola.
Neste dia sagrado não se trabalhava, pois acreditava-se que a própria Natureza parava, mas em 1952 foi abolido o feriado nacional. Este facto foi muito contestado, pelo que muitos Concelhos passaram a adoptar este dia como feriado municipal.
Com ou sem feriado, o certo é que em muitos locais do país este dia é comemorado em festa. Nas cidades, incluindo Lisboa, o costume de ter um ramo do Dia da Espiga continua vivo. Apesar de estes já não serem apanhados na hora sagrada como manda a tradição, o que interessa é que ela persiste e a venda desses ramos muito contribui para tal.
A sua venda estende-se agora também às floristas que acrescentam mais algum pormenor consoante o seu gosto. Mas os ramos mais tradicionais são vendidos nas ruas e o seu colorido traz o campo à cidade.
Se está de visita a Lisboa sugerimos que se associe a esta tradição e leve consigo um ramo de espigas. Este é um bom motivo para voltar no ano seguinte, para a renovação do voto.
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