Em Lisboa em Nós de Vanessa Miranda, esta guia de walking tours revela-nos como se mudou de Barcelos para a capital e como diariamente desvenda a feminilidade desta cativante Lisboa.

Lisboa em Nós de Vanessa Miranda

Estávamos longe de imaginar o quanto temos em comum com esta jovem mulher, que de forma curiosa e apaixonada descobre e divulga o património desta cidade. Em Lisboa em Nós de Vanessa Miranda, esta guia de walking tours revela-nos como se mudou de Barcelos para a capital e como diariamente desvenda a feminilidade desta cativante Lisboa. 

As minhas primeiras memórias de Lisboa levam-me numa viagem à infância numa pequena aldeia de Barcelos, no Minho de Portugal. As novelas dos canais nacionais tinham quase sempre como cenário principal a capital portuguesa. E eu, ainda pequena, sentada com a avó e a mãe conhecia uma cidade que me parecia tão distante. 

Estava longe de imaginar que o destino (ou não) me traria a Lisboa. Um passeio tornou-se rotina, e a decisão final levou-me à minha nova casa. Assim o foi e recebeu-me tão bem. 

Quando me perguntam o que mais gosto na cidade, respondo sempre com firmeza que é a sua vida cultural. Há sempre mais um museu para ver, mais um palácio para visitar, mais uma livraria para me encontrar, um teatro para aplaudir e uma mulher para dar voz. A multiculturalidade de Lisboa fascina-me e alimenta a minha alma curiosa. 

Recentemente, através do meu trabalho, comecei a olhar Lisboa com um novo olhar. Atrevo-me a dizer que o meu olhar se tornou mais audaz, intuitivo, inspirador e empoderador.

Será Lisboa uma cidade feminina? 

Claro que sim, e eu fui procurar as respostas. Na verdade,  ainda me encontro na busca das respostas! Lisboa é uma cidade feminina e prova-nos através dos versos cantados de “Lisboa menina e moça” ou “princesa do Tejo”. A cidade, um espaço público, também pertenceu e foi construído por mulheres, que se imortalizaram (em poucas) ruas, nas memórias coletivas e nos lugares. 

Com esta nova perspetiva de Lisboa, consigo ver ainda mais uma nova beleza, um novo lado da cidade que até então não tinha sido (re)descoberto. A cidade é uma guardiã de histórias e memórias. São incontáveis as mulheres que fizeram de Lisboa, a cidade que é hoje. Que marcaram o seu tempo e que, ainda hoje, marcam. 

Emociono-me em cada história contada. Porque não vivendo o tempo delas, sinto a sua história, a sua emoção e a sua luta. Uma paragem no miradouro de Sophia de Mello de Breyner Andresen, na Graça, acompanhada do seu busto, faz-nos esquecer as colinas íngremes, só para estar na presença de uma poetisa formidável. Lá do alto, “Lisboa com seu nome de ser e de não-ser”, “Lisboa cruelmente construída ao longo da sua própria ausência”.

Portanto, deixo sempre o desafio: procurar a mulher em todo o lado. O resultado será bonito e transformador. 

Como mulher de aldeia, Lisboa sempre se pareceu um lugar demasiado grande para mim, com a sua agitação constante. Todavia, a cidade não sabe que, para mim, ela é pequena, pois carrego em mim a vastidão da tranquilidade do campo.

Alguns poemas meus

História
É difícil contar uma história 
quando palavras ficam 
por dizer… 
Na muda linguagem 
o ponto final não é posto. 
Cortar palavras 
Rasgar sentimentos 
Contar e recontar 
uma história, quando as palavras teimam
em voltar
para ficar.

O tempo
O tempo…
essa coisa louca que não tem outro nome 
senão tempo.
O espaço vazio entre nascer e morrer.
O tempo que não é nada além de tempo. 
que nos faz ganhar e perder
o tempo…
esse vazio universal de vida. 
É quando ficámos sem tempo que 
desejamos ter mais tempo…
Mas nunca temos mais tempo.
porque o tempo tem o seu tempo e não somos nada, 
além de passageiros.
Somos feitos dessa coisa louca que existe 
e não nos apercebemos. 
Nunca desejes o tempo ou suspires por ele. 
Ele não é teu. É do tempo. 
Vive o teu tempo em torno do tempo. 
Porque ao contrário da intemporalidade do tempo, 
Somos temporários.

Lisboa em Nós de Vanessa Miranda
Mini apresentaçãoO meu nome é Vanessa e sou de Barcelos. Sou licenciada em Gestão de Atividades Turísticas e em 2023 terminei o meu mestrado em Património Cultural.
Já trabalhei num jornal e quando era adolescente o meu trabalho nas férias de verão era tecer e vender tapetes, um legado que a minha avó materna me deixou. Mas, a minha verdadeira paixão é contar e escrever histórias. Atualmente, dedico-me ao meu projeto de walking tours femininos em Lisboa, onde dou voz e palco a inúmeras mulheres história. Também sou consultora na produção de conteúdo no âmbito de turismo e património para algumas empresas. Escrever um livro é um objetivo e sonho que já nasceu comigo e pela minha mente fervem-se uma série de ideias. No meu tempo livre dedico-me ao voluntariado, à leitura, escrita e a descobrir o meu bonito país.
Acredito que todos nós nascemos para fazer história, e esta é uma pequena parte da minha. Podes acompanhar o meu Instagram e o meu website e blog.
Um local inspiradorSerá sempre a minha querida aldeia, em Barcelos. Além de me inspirar, relembra-me sempre das minhas origens. Em Lisboa, o jardim da Estrela é um lugar inspirador e um verdadeiro refúgio.
Uma visita imperdívelO Palácio Nacional de Mafra e a Livraria Bertrand, no Chiado.
Água na boca com…Toda a comida da mãe.
Uma música…A Minha Estrada de João Pedro Pais
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