A Azulejaria é um dos ex-líbris de Portugal. Prova disso são os inúmeros aproveitamentos da sua estética aplicada em objectos tão simples como padrões de roupa de casa, material de papelaria, loiças, ou nos mais vulgares souvenirs.
Os estrangeiros apreciam-nos e os portugueses, após um período de rejeição, aprendem agora a gostar e a compreender este fantástico revestimento com que nos cruzamos em cada esquina de todas as épocas. São cerca de 500 anos de evolução histórica e de inequívoca importância no panorama das artes decorativas portuguesas.
Claro que existe produção de azulejos em outras partes do mundo, mas a verdade é que em Portugal o azulejo adquiriu especificidades únicas sempre acompanhando a estética de cada período.
O que deslumbra nesta arte é a monumentalidade que atingiu, o sentido cenográfico e as características cromáticas que variam e que, por si só, nos permitem balizá-los no tempo. Assim como a originalidade na sua aplicação que estabelece um diálogo entre os azulejos e o próprio espaço onde estes são aplicados, e a criatividade no cruzamento das várias artes, desde a pintura, gravura, cerâmica à arquitectura tornaram a azulejaria portuguesa única no mundo.
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Origem Árabe, os Alicatados
O termo azulejo deriva do árabe al zulej que significa pedra lisa e polida. Foi durante a ocupação árabe que este revestimento foi introduzido na Península Ibérica sendo o grande centro de produção na Andaluzia, na vizinha Espanha.
O azulejo é uma peça de cerâmica de forma quadrangular que serve para revestir superfícies como pavimentos, paredes e tectos. Tem capacidades de impermeabilização, protege as superfícies do desgaste do tempo, é higiénico por ser facilmente lavável, durável e esteticamente atractivo pelo brilho e valor cromático.
Até ao séc. XV, os azulejos ainda não tinham a forma quadrada nem se pareciam com os que conhecemos hoje. Os artífices produziam superfícies de barro de grandes dimensões que vidravam de diversas cores e cortavam em formas geométricas que combinavam formando padrões de desenhos complicados de grande valor decorativo. As placas eram cortadas com um alicate e obrigavam a uma grande perícia do artífice que tinha de se deslocar ao local a que se destinava o trabalho. Este processo, Alicatado, era demorado, complicado e consequentemente caro.
Aresta e Corda-Seca
Para se optimizar e facilitar o processo de produção, o formato das peças passou a ser regular. Esta inovação permitiu produzir mais em menos tempo e exportar as composições desmontadas, sem ser necessário um artífice habilidoso para a sua aplicação.
No início, em termos práticos assistiram-se a problemas, pois as tintas misturavam-se, tanto na fase da pintura como na fase da cozedura. Para fazer face a esta dificuldade passou-se a utilizar duas técnicas, muitas vezes associadas: a Aresta, pequeno relevo que permitia uma separação mecânica entre zonas de cores diferentes e a Corda-Seca, a utilização de uma matéria gordurosa que também ajudava a que as cores não se misturassem mas que não era 100% eficaz. Foi necessário aprimorar todas estas técnicas, o que veio a suceder no final do séc. XVI.
Este tipo de azulejos são conhecidos por hispano-mouriscos ou mudéjares e ainda hoje em Espanha se produzem azulejos com esta inspiração. São azulejos policromados com relevo e motivos florais e geométricos.
Próximo de Lisboa, na vila de Sintra, encontramos exemplares de Alicatados e também de Aresta e Corda-Seca do séc. XVI no Palácio da Vila, encomenda do rei D. Manuel I. É ainda possível apreciar exemplares e a explicação destes processos no primeiro núcleo do Museu Nacional do Azulejo em Lisboa.
Pretendemos através de uma série de posts abordar esta temática tão rica e tão única, dando-lhe a conhecer o que pode explorar e apreciar em Lisboa. Esteja atento!
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