É com muita honra que apresentamos este artigo sobre o Palácio dos Condes d’Óbidos, realizado pela equipa técnica da Cruz Vermelha Portuguesa para a nossa rubrica getLISBON convida. Aqui ficaremos a conhecer a história do surpreendente espaço onde se encontra instalada a sede desta prestigiada instituição.
Do Palácio dos Condes d’Óbidos à Sede da Cruz Vermelha Portuguesa
Implantado numa elevação conhecida por Rocha Conde d’Óbidos e abarcando uma rica panorâmica sobre o rio Tejo, ergue-se o Palácio da Rocha dos Condes d’Óbidos, mandado construir, no segundo quartel do século XVII, pelo então alcaide-mor de Óbidos, D. Vasco de Vasconcelos, 1º Conde d’Óbidos.
Em 1919, por escritura lavrada a 30 de Junho entre D. Pedro de Mello d´Assis Mascarenhas, 11º Conde d’Óbidos, e o General Joaquim José Machado, 8º Presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, o Palácio é adquirido, por 65 contos, pela Sociedade Portuguesa da Cruz Vermelha (designação da Cruz Vermelha Portuguesa, à época).
Ao longo da sua existência o Palácio sofreu inúmeras ações de valorização patrimonial, arquitetónicas e artísticas tornando-o um elemento relevante na paisagem da cidade de Lisboa. Embora a fachada voltada para o rio Tejo revele a imponência do Palácio, a frontaria principal está voltada para o pátio carral, onde sobressai o pórtico nobre, guarnecido pelo brasão condal dos Mascarenhas e Lencastre.

A Renovação do Palácio dos Condes d’Óbidos
Com a mudança definitiva dos serviços da Sociedade Portuguesa da Cruz Vermelha, outrora instalados na Praça do Comércio, para o Palácio, este recebeu, sobretudo no seu interior, uma completa renovação, destacando-se as obras realizadas entre 1935 e 1947 sob a orientação do Coronel Affonso de Dornellas, então Secretário Geral da Instituição. Essas obras de restauro e de embelezamento que de algum modo, alteraram a traça original, conferiram-lhe uma maior riqueza decorativa.
À data da compra, a área nobre do Palácio estava alugada ao Clube Inglês. Posteriormente, com a autorização da Cruz Vermelha Portuguesa, nele funcionou a Secretaria da Academia Portuguesa da História. Foi ainda, residência de Jorge Colaço, autor do painel de azulejos exposto no terraço fronteiro ao rio Tejo.

Assim que o palácio foi adaptado para sede nacional da Cruz Vermelha Portuguesa, integrou o património histórico desta Instituição, acompanhando e testemunhando a sua intensa atividade humanitária. É disso exemplo o facto de ter servido durante a Segunda Guerra Mundial, de enfermaria aos prisioneiros das potências beligerantes.
Visita ao Surpreendente Palácio

A visita ao Palácio tem início pelo pórtico nobre, encimado com o brasão de armas dos Mascarenhas e Lencastre, ladeado por seis painéis de azulejos monocromos, da autoria de Gabriel Constante, imitando painéis do século XVIII. Representam duas figuras de convite, um fidalgo e uma dama e ainda um cavaleiro, um albardeiro que o aguarda, um lanceiro e dois cavaleiros.
O átrio do Palácio, ostentando os bustos do rei D. Luís I e da rainha D. Maria Pia, protetores da Cruz Vermelha em Portugal, dá acesso à Biblioteca e às salas.
Estas, conhecidas por Sala do Conselho Supremo ou Sala Diana, Sala das Parábolas e Sala D. João de Castro ou das Tapeçarias, estão decoradas com painéis de azulejos monocromos, com alegorias que aludem a cenas mitológicas, bíblicas e à história do Oriente.
Dispostos nas paredes dos grandes salões, retratos em tela dos Presidentes da Cruz Vermelha Portuguesa, constituem a “Galeria dos Presidentes”.

Na Sala de Jantar, silhares de azulejos monocromos, da autoria do Coronel Vitória Pereira, desenhados em 1937, representam curiosas cenas palacianas. No tecto, pinturas de Gabriel Constante, igualmente autor dos azulejos e pinturas que ornamentam a Sala D. João de Castro, a Biblioteca e a fachada do portal nobre, reproduzem a evolução do Palácio desde o século XVII ao século XX.

A Biblioteca, reconstruída depois de 1935 e concebida por Afonso de Dornelas, é composta por dois pisos de estantes de talha policroma e marmoreados fingidos. A sala é superiormente percorrida por um varandim com balaustrada, em que o acesso é feito por uma escada de ferro em caracol, encastrada num pequeno torreão harmoniosamente colocado ao centro de uma das paredes. No tecto destaca-se um grande lustre de cristal, de fabrico na Marinha Grande, suspenso sob uma pintura representando a Paz de Alvalade, em que a rainha Santa Isabel prega a concórdia entre o rei D. Dinis e o príncipe D. Afonso. Esta imagem central está rodeada de pinturas representativas das Artes Liberais, intercaladas com outros elementos decorativos. No tecto da Biblioteca foi pintada a inscrição “INTER ARMA CHARITAS” lema da Cruz Vermelha.
A Capela, dedicada a Nossa Senhora da Conceição, apresenta uma rica e exuberante decoração com as suas paredes pintadas a imitar adamascados e revestidas de azulejos policromos. O tecto da nave central foi enriquecido com uma falsa balaustrada pintada, com pequenos anjos e motivos florais. As diversas lápides existentes na capela, evocam os primitivos proprietários do palácio e os melhoramentos artísticos que recebeu ao pertencer à Cruz Vermelha Portuguesa.

A visita ao Palácio dos Condes d’Óbidos é também uma mostra do relevante papel que a Cruz Vermelha Portuguesa tem desempenhado na defesa da vida, da saúde e da dignidade humana quer enquanto Sociedade Nacional, quer enquanto integrada no Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.
O núcleo museológico instalado neste palácio reflecte bem a história e a importante missão desta instituição que conta já com um século de existência.
As características e indiscutível beleza do Palácio dos Condes d’Óbidos, reconhecido em 1993 como imóvel de interesse público, despertaram, desde muito cedo, interesse para o seu aproveitamento para eventos sociais e culturais.
O seu Evento Merece todo o Encanto

Com uma magnífica vista sobre o Rio Tejo, o Palácio dos Condes d’Óbidos, é um espaço privilegiado e único para a realização de qualquer tipo de evento, desde casamentos, cocktails, batizados, aniversários, jantares de gala, jantares de Natal, reuniões, conferências, lançamentos de produtos, exposições ou concertos.
O espaço adapta-se às necessidades de cada ocasião e oferece absoluta exclusividade, uma vez que pode ser alugado na sua totalidade.
As 5 salas, acima mencionadas, do Palácio Conde d’Óbidos têm capacidade total de 300 pessoas e o terraço panorâmico até 200 pessoas.
A Cruz Vermelha Portuguesa utiliza este espaço, com o propósito de, não só, obter receitas que ajudam a angariar fundos para o desenvolvimento das suas ações humanitárias, como também na manutenção deste importante património histórico.
Para mais informações:
Tel.: (+351) 213 913 900
Tlm.: (+ 351) 912 342 281
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