Amália Rodrigues é uma personalidade incontornável que exalta paixões. Em Lisboa em Nós de Pedro Vaz, este guia-intérprete revela-nos a admiração pela sua cidade berço mas acima de tudo pelas suas gentes, particularmente, pela artista por quem nutre uma verdadeira paixão.
Não me imagino a viver noutra cidade. A luz, as cores, o rio, a proximidade do mar, a geografia da cidade com as suas colinas, tudo em Lisboa me fascina. Consigo ao fim de todos estes anos surpreender-me ainda com a nossa Cidade Capital.
Mas são sobretudo as pessoas que lhe dão esta força, este carisma e a autenticidade que é tão característica de Lisboa. As suas gentes!
Cidade diversa, multicultural e multiétnica, onde o antigo convive em perfeita harmonia com o mais moderno e vanguardista. Cidade de mil cores, de mil cheiros, Lisboa é única!
Contudo, é pela incontornável figura do fado, Amália Rodrigues, que sinto um grande fascínio.
O Amaliano
A minha paixão por Amália é uma verdadeira história de amor (correspondido) e remonta ao dia 19 de Abril de 1985. Nesta data tinha eu apenas 14 anos e assisti pela primeira vez a um recital de Amália no histórico Coliseu dos Recreios em Lisboa.
Eu sabia perfeitamente ao que ía mas nunca esperei que acontecesse o que me aconteceu nessa noite mágica. A voz, a presença, a silhueta, o carisma, o magnetismo, a força da natureza que é Amália e a comunhão total com o seu público, deixaram para sempre uma marca indelével na minha personalidade e forma de entender o mundo. Foi como ter sido tocado pelo sagrado, chegando a ser difícil explicar ou entender este fenómeno a quem não teve o privilégio de a ver e ouvir ao vivo.
A partir daí passei a seguir Amália sempre que pude vindo a integrar o grupo dos “Amalianos”, um grupo fundado em 1973 constituído por pessoas que gostavam (e gostam) de Amália de forma absoluta, não só da artista mas também da mulher, do ser humano excepcional que era Amália, tendo o enorme privilégio de ser visita assídua a sua casa. Assisti também, naturalmente, ao seu último espectáculo no Coliseu dos Recreios em Lisboa em Dezembro de 1994 por ocasião das comemorações de Lisboa, Capital Europeia da Cultura.
No dia 6 de Outubro de 1999 fez-se silêncio! Amália deixava-nos mas o seu imenso legado prevalecerá para sempre para as gerações futuras!
Entretanto o mundo é assolado por esta pandemia e o Turismo praticamente congela. E agora? O que fazer?
E é precisamente neste contexto pandémico e de confinamento, mas sobretudo de comemoração do centenário do nascimento de Amália, que pude realizar o projecto que tinha em mente há já vários anos, “Viver Amália”.
Trata-se de um itinerário a pé por Lisboa, iniciando junto à casa onde nasceu e terminando na casa onde viveu mais de quarenta anos e viria a morrer, hoje Casa Museu – Fundação Amália Rodrigues.
A pandemia que a todos afecta acabou por ter dado o pontapé de saída para este projecto e o “timing” de centenário de Amália deram um grande contributo, mas como não acredito em fórmulas mágicas para o sucesso, este deve-se apenas a um único factor: PAIXÃO!
Lisboa em Nós de Pedro Vaz | |
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Mini apresentação | Pedro Pinheiro Vaz nasceu em Lisboa e é nesta cidade que vive e trabalha, exercendo a profissão que escolheu desde muito jovem: Guia-Intérprete. |
Um local inspirador | Vista de Lisboa desde Cacilhas |
Uma visita imperdível | Museu Calouste Gulbenkian |
Água na boca com… | Carapauzinhos de Escabeche |
Uma música… | Que fazes aí, Lisboa de Amália |
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