Actualizado em Setembro de 2020
Com este artigo A Escultura da Av. da Liberdade – Nascente completamos o percurso da arte pública presente nesta importante artéria da cidade de Lisboa.
Em Escultura da Av. da Liberdade – Poente abordámos as seis intervenções situadas no lado poente da avenida. Da Praça Marquês de Pombal aos Restauradores fomos ao encontro de peças tão diversas como a estatuária oficial dos anos 40 do séc. XX e a Alegoria ao Rio Douro do séc. XVIII, entre muitas outras curiosidades.
Desta vez apresentamos-lhe oito peças de arte pública, produzidas entre os séculos XVIII e XXI.
Voltamos a sugerir o trajecto descendente, mas se quiser fazer os dois percursos no mesmo dia pode sempre seguir este roteiro do fim para o princípio.
Faça uma visita guiada às zonas históricas de Lisboa e conheça locais imperdíveis desta magnífica cidade.
Oito Peças de Escultura da Av. da Liberdade – Nascente
Iniciamos o nosso percurso mais uma vez na Praça Marquês de Pombal, desta vez na placa ajardinada do lado esquerdo.
Começamos por encontrar as duas estátuas de vulto que faltavam do conjunto de quatro de que já lhe falámos. Encomendadas pela CML – Câmara Municipal de Lisboa, homenageiam escritores do séc. XIX e encontram-se no cruzamento da avenida com a Rua Alexandre Herculano.
Estátua de Vulto de Almeida Garrett
A primeira destas estátuas representa a figura do ilustre escritor, poeta e dramaturgo, fundador do Teatro Nacional D. Maria II, expoente máximo do Romantismo em Portugal Almeida Garrett (1799-1854).
Trata-se de uma obra de grandes dimensões, em mármore, produzida entre 1945/6 e inaugurada em 1950, da autoria de Salvador Barata Feyo (1899-1990). O mesmo artista modernista da escultura de homenagem ao escritor Alexandre Herculano que observámos do lado poente.
Estátua de Vulto de Oliveira Martins
Atravessamos a Rua Alexandre Herculano e encontramos a última do conjunto de quatro estátuas, a de homenagem a Oliveira Martins (1845-1894). Uma figura incontornável da historiografia portuguesa, escritor, político, crítico social, antropólogo… um intelectual multifacetado, como era frequente nesse século.
Desta vez o autor é o escultor Leopoldo de Almeida (1898-1975), o mesmo artista da estátua de Feliciano Castilho que vimos do lado oposto da avenida. Foi produzida em 1948 e a última a ser inaugurada em 1952.
Escultura de Rui Chafes
Da escultura modernista dos anos 40 damos um salto no tempo ao parar junto da intervenção “Sou como tu” do premiado escultor contemporâneo Rui Chafes (1966).
Trata-se de uma escultura em ferro, com cerca de 6m de altura, oferecida à cidade em 2008 por uma entidade privada, a Fundação PLMJ.
Segundo nos revela o próprio artista, a escultura pública reporta à dimensão espiritual da humanidade, tem por isso a função de elevação do ser humano. Com esta peça o escultor propõe uma coluna de fumo que, evocando a leveza, tem como objectivo promover um espaço de paz e silêncio no meio de uma das artérias mais movimentadas da capital.
Busto de Fryderyk Chopin
Em 1872 o escultor polaco Bolesław Syrewicz (1835-1899) esculpiu em mármore, para a Sociedade Musical de Varsóvia, o busto de Frédéric Chopin (1810-1849). Peça original que hoje se conserva no Museu Nacional de Varsóvia.
No final do séc. XX, o Estado polaco decidiu fazer reproduções em bronze deste trabalho e oferecê-las a diversas cidades. Paris foi uma delas. Desde 1999, 150º aniversário da morte do compositor, que o Jardim do Luxemburgo exibe um destes bustos.
Lisboa também foi contemplada, tendo neste caso o busto sido inaugurado em 2012 com a presença do então presidente da Polónia Brosniraw Konorowski e do presidente da CML, à data António Costa.
Busto do General Bernardo O’Higgins
A mais recente escultura da Av. da Liberdade – Nascente encontra-se em frente ao nº138 desta artéria e é uma oferta da República do Chile à cidade de Lisboa.
Trata-se de um busto em bronze do General Bernardo O’Higgins (1748-1842), um dos principais responsáveis pelo movimento de libertação do Chile.
Foi inaugurado a 18 de Setembro de 2020, pelo seu embaixador em Portugal, Pedro Pablo Diaz e pelo Presidente da CML, Fernando Medina, o dia em que se comemora a independência deste país.
Esta acção visa estreitar as relações entre o Chile e Lisboa, declarar valores de liberdade e democracia e simultaneamente assinalar os 500 anos da viagem do navegador português Fernão de Magalhães.
Estátua de Vulto de Simon Bolivar
Antes de atravessarmos a Rua das Pretas encontramos uma estátua de vulto, em bronze, de grandes dimensões (5,5 m) que, apesar dessa característica, lhe pode passar despercebida.
Trata-se da representação de Simon Bolívar (1783-1830), militar e líder político venezuelano, herói responsável pela independência sul-americana.
A presença de uma homenagem a esta importante figura da história da América Latina nesta avenida deve-se à iniciativa da comunidade portuguesa radicada na Venezuela, que a ofereceu ao Município em 1978. É obra do escultor venezuelano Arturo Rus Aguilero (c.1923-?) e do arquitecto da CML, Eduardo Martins Bairrada (1930-1987).
Alegoria ao Rio Tejo
Passamos a Rua das Pretas e encontramo-nos no troço outrora ocupado pelo antigo Passeio Público, o jardim murado frequentado pela elite de Lisboa, que teve o seu fim em 1879 com a abertura da Av. da Liberdade.
Aqui voltamos a encontrar, em simetria com o lado poente, um tanque serpenteado rematado por uma cascata, desta vez com a representação do Rio Tejo.
Esta obra, do mesmo autor, Alexandre Gomes (1772-1775), encontra-se neste local desde 1836, também ela era destinada ao chafariz monumental que se projectou mas que não se realizou.
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Conjunto Escultórico de Homenagem a Pinheiro Chagas
Chegámos à última peça escultórica do nosso percurso pela escultura da Av. da Liberdade – Nascente.
Trata-se de uma homenagem ao escritor, jornalista e dramaturgo português Manuel Pinheiro Chagas (1842-1895). Esta homenagem resulta de uma subscrição promovida pelo jornal MALA DA EUROPA em Portugal e no Brasil, publicação quinzenal que existiu entre 1894 e 1898.
O monumento foi inaugurado em 1908 e a sua autoria é da responsabilidade do escultor Costa Motta – tio (1862-1930). O mesmo autor de peças tão emblemáticas como o túmulo do poeta Luís Vaz de Camões e do navegador Vasco da Gama (1894) que se podem admirar no Mosteiro dos Jerónimos; o monumento a Sousa Martins (1904), cujo molde se encontra na Casa dos Gessos, implantado no Campo dos Mártires da Pátria; a Estátua da Maria da Fonte (1920) do Jardim Teófilo Braga no bairro de Campo de Ourique; ou o monumento de homenagem a Eduardo Coelho no Jardim de São Pedro de Alcântara.
A obra consiste num conjunto escultórico constituído por um busto de bronze sobre um pedestal de pedra e uma estátua também em bronze. O busto representa o escritor homenageado e a estátua encarna a Morgadinha de Valflor, personagem principal de uma das suas peças de teatro. Do pedestal pende ainda uma coroa de flores em bronze.
A calçada em volta reforça a mensagem e serve de legenda ao conjunto.
Antes de terminar este artigo escultura da Av. da Liberdade – Nascente, queremos chamar-lhe a atenção para as curiosidades descritas em Curiosos Segredos na Calçada Portuguesa em Lisboa, que estão igualmente presentes na calçada deste troço até à Praça dos Restauradores.
Se prestar atenção vai descobrir entre outras, uma estrela de seis pontas e um relógio. Faça uma fotografia das suas observações e partilhe-a connosco!
Artigo original publicado em 16/10/2019 e actualizado em 22/9/2020.
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