Neste post falamos-lhe da origem dos nomes das Chitas de Alcobaça – Colecção Elipas, designações e marca da autoria do Engº Elísio Sopas, e ainda de muitas outras curiosidades imperdíveis!
No nosso artigo As Chitas de Alcobaça, uma Herança Cultural em Risco abordámos a história das chitas portuguesas e revelámos que apesar de denominada Alcobaça, a sua produção teve início no séc. XVIII nas regiões de Lisboa e do Porto.
O presente texto decorre de um outro sobre as chitas de Alcobaça no séc. XX, onde lhe apresentámos o sr. Elísio Sopas, pioneiro na recuperação dos padrões Alcobaça, ao ousar voltar a produzir padrões antigos nos anos 50, e do seu filho, o Engº Elísio Sopas que nos anos 80, com oportunidade, empreendedorismo e paixão, levou mais longe esta herança.
Chamamos a atenção dos nossos leitores que o conteúdo deste post complementa o artigo A Singular História das Chitas de Alcobaça no Séc. XX, pelo que é de todo o interesse a sua leitura.
Vamos, então, saber a origem dos nomes das Chitas de Alcobaça atribuídas pelo Engº Elísio Sopas.
Origem dos Nomes das Chitas de Alcobaça do Engº Elísio Sopas
O Engº Elísio Sopas herdou após o falecimento do seu pai, em 1983, o negócio do estabelecimento de venda de tecidos sediado no Porto.
Começou por recuperar o padrão de chita de Alcobaça que teve muito sucesso nos anos 50, reintroduzida no mercado por Elísio Sopas pai, altura em que a produção de chitas com padrões tipo Alcobaça era praticamente inexistente.
Criou uma colecção exclusiva de chitas de Alcobaça, baptizando-a de Colecção Elipas, nome que, em homenagem ao pai, resultou da junção das primeiras três letras de Elísio e as últimas letras do apelido Sopas.
Para além disso, nomeou cada um dos padrões que foi recuperando. Todos têm uma pequena e curiosa história que passamos a contar…
Curiosidades Imperdíveis…
Cores das Chitas de Alcobaça
Uma das características das chitas de Alcobaça, que acontece com quase todos os padrões, é a persistência das cores dos desenhos, variando apenas a cor da barra. Como exemplo, o padrão Alcobaça tem seis versões de cores: amarelo, bege, bordeaux, azul, rosa e verde.
E o padrão D. Leonor, que infelizmente já não se produz, chegou a ter oito versões de cores.
O Curioso Motivo do Desaparecimento dos Pássaros
A primeira chita de Alcobaça recuperada pelo sr. Elísio Sopas pai, nos anos 50 do séc. XX, teve um enorme sucesso.
Nessa altura o Armazém dos Linhos tinha muitos clientes em Lisboa, estabelecimentos de venda de tecidos que hoje, na sua maioria, já não existem. De lá chegou então um reparo.
Reparo este que se referia à existência de pássaros no padrão. Havia uma certa superstição que associava as penas ao surgimento de desgraças, pelo que Elísio Sopas pai resolveu retirá-los na produção seguinte.
Como essa crença popular se esbateu, quando se reentroduziu na comercialização novos desenhos, sempre que estes tinham aves, estas foram mantidas. Foi o caso dos padrões Lormois, Campina e Colibri.
Actualmente podemos reencontrar os pássaros no padrão Alcobaça.
Tecido Estampado Pombalino
Nos anos 50 do séc. XX, o Armazém dos Linhos para além do desenho 1 e 2 de chitas de Alcobaça dispunham de outros tecidos estampados que não tinham a ver com os padrões de chitas. O Pombalino, denominação dada por Elísio Sopas pai, fazia parte dessa colecção.
Acontece que hoje o padrão Pombalino é muitas vezes designado erradamente como chita de Alcobaça.
Colecção Aldeias Portuguesas
Padrão Belmonte
Padrão Monsanto
Padrão Monsaraz
O Engº Elísio teve muito sucesso com a reintrodução das chitas de Alcobaça no mercado, mas a dada altura, houve necessidade de criar outros padrões para estimular novas procuras. Assim surgiu a linha que englobava o Belmonte, Monsanto e Monsaraz, aldeias portuguesas.
Esta linha reproduz desenhos antigos mas não padrões de chitas de Alcobaça. Tal como o Pombalino, são também muitas vezes erradamente designados de chitas de Alcobaça.
Falso Alcobaça
É um padrão chamado Laços. Foi um desenho que o Engº Elísio Sopas encontrou no meio de uns esquiços que o seu pai, provavelmente, tinha encomendado a alguém. Achou graça ao desenho e adaptou-o ao estilo de Alcobaça. Mas não o é…
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Viana, Excelente Padrão para o Natal
Todos os anos nas proximidades do Natal, os clientes procuravam novidades com padrões a condizer com a época, no armazém do Engº Elísio Sopas. Mas houve um ano em que as propostas apresentadas pelos fornecedores não lhe satisfaziam de todo. Este facto levou-o a ter a brilhante ideia de mandar confeccionar toalhas de mesa com a versão da barra vermelha do padrão Viana. Perante o excelente resultado só podia ter sido um sucesso.
Foi uma belíssima combinação de criatividade com a versatilidade das chitas de Alcobaça!
Chegado ao fim deste artigo, só podemos dizer que foi um grande privilégio para getLISBON poder revelar aos seus leitores a origem dos nomes das chitas de Alcobaça do Engº Elísio Sopas, ao qual agradecemos mais uma vez a sua amabilidade e disponibilidade.
Com este registo de mais um dos fragmentos da história das chitas de Alcobaça, esperamos contribuir para a valorização e revitalização deste produto que constitui parte do património e da cultura portuguesas.
O projecto getLISBON tem sido muito gratificante. Queremos continuar a revelar singularidades da apaixonante cidade de Lisboa.
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