Fado, the Sonority of Lisbon. With an obscure origin, but surely resultant from the crossing and fusion of different cultures, fado has become not only the sonority of Lisbon, but fundamentally the feel of the city.

Fado, uma Sonoridade de Lisboa

Artigo original publicado em 27/11/2019.

Fado e saudade são as palavras do vocabulário português mais difíceis, senão impossíveis, de traduzir. Mas talvez as possamos explicar se considerarmos que fado se relaciona com destino e saudade com a nostalgia e tristeza provocada por uma ausência, no tempo ou no espaço.

Estas definições de sentimentos tão complexos são dos temas mais presentes no fado, a música que se canta com acompanhamento de viola (guitarra clássica) e guitarra portuguesa, que foi elevada à categoria de Património Cultural e Imaterial da Humanidade pela UNESCO, em Novembro de 2011.

De origens obscuras, mas seguramente, resultantes do cruzamento e fusão de diferentes culturas, o fado constitui-se não só como a sonoridade de Lisboa mas fundamentalmente como o próprio sentir da cidade.

São inúmeros os fados que celebram a cidade-mãe das sete colinas. Foi aqui que nasceu em data incerta e foi daqui que se espalhou para todo o país e depois para o mundo.

Faça uma visita guiada e explore a cultura e as tradições do fado na companhia de um fadista, pelos bairros típicos de Lisboa.

Fado, um Hino ao Sentimento e à Cidade

Mural no Largo da Severa, Mouraria
Mural no Largo da Severa, Mouraria

Geralmente tem fama de ser um hino de melancolia, fatalismo, tristeza, tragédia, dor, resignação, traição, ciúme e toda a espécie de sentimentos negativos autodestrutivos, pois estes estão muitas vezes presentes nos poemas, na sonoridade das guitarras e nas vozes sofridas dos fadistas.

Mas desengane-se se pensa que o fado é só lamento. Este canto tão peculiar também celebra a vida, a alegria, o amor, a luta, a resistência… no fundo transmite sempre de forma arrebatada e apaixonada todos os sentimentos que fazem parte da vida.

Lamentada pelas suas perdas, exaltada pela sua beleza ou peculiaridade, as vivências da cidade de Lisboa e o Tejo estão presentes num diálogo constante.

O rio é celebrado com algum saudosismo através das velhas fragatas, das varinas e dos pregões de outros tempos. A cidade é chorada pela destruição da Mouraria, mas simultaneamente elogiada pelas magníficas vistas dos inúmeros miradouros, pelos pitorescos elevadores e eléctricos, pelos tradicionais azulejos…

Desta forma o fado, fenómeno cultural profundamente urbano, serviu, em primeiro lugar, como forma de difusão da cultura lisboeta e em seguida da cultura portuguesa em geral. 



Origens e Desenvolvimento

Mural Fado Vadio, nas Escadinhas de São Cristóvão, Mouraria
Mural Fado Vadio, nas Escadinhas de São Cristóvão, Mouraria

Apesar das populares origens do fado serem incertas podemos apontar o seu nascimento nos meados do séc. XIX. Nessa altura era canto de marinheiros, no final do século era já cantado nos serões dos palacetes de Lisboa, mas sem nunca se livrar da má fama.

É famosa a ligação amorosa entre a mais antiga e mítica cantadeira Maria Severa, prostituta da Mouraria, que morreu de forma trágica com apenas 26 anos em 1846 e o Conde de Vimioso que a levava a cantar no seu palácio na Colina de Santana.

Foi a expressão dos bairros populares, canção dos cais e das vielas mais obscuras de frequência duvidosa, ou simplesmente pobre. Fado vadio cantado de forma livre sem carácter profissional.

Com o tempo foi-se estruturando. A música foi ganhando riqueza melódica, a interpretação qualidade artística e a par da poesia popular foram sendo introduzidos versos mais complexos de autores eruditos antigos e contemporâneos.

Na primeira metade do séc. XX os fadistas saem dos bairros tradicionais e ganham protagonismo no teatro de revista, no cinema e na rádio. Gravam discos ganhando assim maior divulgação comercial e profissionalismo.

Apreciado por todos, nacionais ou estrangeiros, constitui-se como a expressão musical nacional por excelência. Representado e interpretado no Museu do Fado é referenciado por outras expressões artísticas, da pintura de autores consagrados, à escultura contemporânea, dos motivos da calçada portuguesa aos murais de street art

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O fadista ao cantar, fala consigo próprio como quem reza, paradoxalmente, apregoando ao mundo os seus sentimentos.

Mesmo o ouvinte que não compreende as palavras dos seus poemas, recebe e interioriza os sentimentos transmitidos pelas guitarras e o cantar gemido dos fadistas. Quando se estabelece empatia, essa conversa de almas, o fado acontece!

Uma manifestação cultural com cada vez mais intérpretes e novas roupagens, que está viva e que se recomenda.


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