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Eça de Queiroz é, indiscutivelmente, um dos mais relevantes escritores portugueses de todos os tempos. No dia em que faria 175 anos recordamo-lo, evocando a sua relação com Lisboa.
Este escritor, caracterizado pela originalidade, riquezas de estilo e linguagem, grande poder descritivo realista, assim como pela crítica social intemporal, tem a sua obra traduzida em cerca de 20 línguas.
É o autor de romances incontornáveis da nossa literatura como: O Crime do Padre Amaro; A Relíquia; A Ilustre Casa de Ramires; O Mandarim; A Cidade e as Serras…
Pertencente à corrente realista do séc. XIX é um dos intelectuais da famosa Geração de 70. Formado em Direito em Coimbra, trabalhou como jornalista e abraçou a carreira diplomática, tendo sido cônsul em Havana, Newcastle, Bristol e Paris.
Nascido na Póvoa de Varzim no dia 25 de Novembro de 1845 veio a falecer em Neuilly-sur-Seine, França, no dia 16 de Agosto de 1900.
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Eça de Queiroz e Lisboa
Eça de Queiroz não nasceu nem morreu em Lisboa, mas o seu nome está presente na toponímia da cidade e uma das suas mais belas esculturas é-lhe dedicada.
O genial escritor não nasceu nem morreu em Lisboa, mas por aqui viveu de forma intermitente e dizia sentir-se em casa numa instituição sediada no Chiado.
O diplomata português não nasceu nem morreu em Lisboa, mas aqui esteve sepultado 89 anos.
O intemporal pensador não nasceu nem morreu em Lisboa, mas quando por aqui passou frequentou locais que nos descreveu e num deles hoje é possível observar um curioso apontamento que lhe é dedicado…
O romancista não nasceu nem morreu em Lisboa, mas esta cidade tem uma presença fundamental na sua obra.
É ainda em Lisboa que um grémio o tem como patrono.
Neste ano, em que também passam 120 anos sobre o seu desaparecimento, temos ainda mais um motivo para o homenagear.
Evocações em Lisboa
Placas Toponímica e Evocativa
A Rua Eça de Queiroz foi instituída treze anos após a morte do escritor. Situa-se na zona da Praça Marquês de Pombal, uma discreta artéria que liga a Avenida Duque de Loulé à Rua Actor Tasso.
No nº26 do Rossio, por cima do Café Nicola, ao nível do 1º andar encontra-se uma placa onde se lê: “Neste prédio viveu e iniciou a sua vida literária o grande escritor EÇA DE QUEIROZ. Homenagem do Círculo Eça de Queiroz e da Sociedade de Escritores e Compositores Teatrais Portugueses – (1866-1966)”
Na verdade Eça viveu algum tempo, a partir de 1866, em casa do seu pai no 4º andar deste edifício.
Monumento a Eça de Queiroz
Apenas três anos após o seu desaparecimento, foi inaugurado no Largo Barão de Quintela um monumento em sua homenagem, da autoria de Teixeira Lopes (1866-1942).
O escultor apresenta-nos um conjunto escultórico composto pela figura do escritor que ampara nos braços e fita nos olhos, a figura alegórica da Verdade. Uma mulher de braços abertos que enverga apenas um manto transparente que compõe mas não oculta o seu corpo nu.
Esta composição carregada de simbolismo baseia-se numa frase que ali se encontra inscrita retirada do seu romance A Relíquia: “Sobre a nudez forte da Verdade o manto diáphano da phantasia”.
Ao longo do tempo a magnífica escultura sofreu inúmeros actos de vandalismo. Por essa razão, em 2001, a Câmara Municipal de Lisboa decidiu deslocar o original de pedra para os jardins do Museu de Lisboa – Palácio Pimenta, no Campo Grande, e colocar no seu lugar uma réplica em bronze.
Estátua de Eça de Queiroz na Biblioteca Nacional de Portugal
Junto ao edifício da Biblioteca Nacional de Portugal, no Campo Grande, encontra-se uma estátua de Eça de Queiroz, em granito, da autoria de Álvaro de Brée datada de 1963 e inaugurada a 10 de Abril de 1969.
Esta faz parte de um conjunto de quatro estátuas de homens de Letras, a saber: Fernão Lopes, Gil Vicente e Camões.
Grémio Literário
Um dos lugares mais frequentados por Eça nesta cidade foi o Grémio Literário de Lisboa. Uma instituição de utilidade pública fundada em 1846, por carta régia de D. Maria II e D. Fernando II, que visa promover o convívio e a actividade intelectual entre pares, no campo das letras.
Encontra-se sediada desde 1875 no palacete do visconde de Loures na Rua Ivens, em pleno Chiado. Um magnífico imóvel romântico de cujas traseiras se alcança uma das melhores vistas da cidade e que possui um jardim a que o romancista chamava “a minha quinta com porta para o Chiado”.
Neste jardim, assim como na biblioteca, o escritor passava longos períodos lendo, consultando jornais e revistas francesas e, com certeza, observando tantos que terão servido de inspiração para a construção dos seus personagens.
Cemitério do Alto de São João
Eça de Queiroz morreu com apenas 55 anos em Agosto de 1900 em Neuilly-sur-Seine, então arredores de Paris. Em Setembro o seu corpo foi recebido em Lisboa com honras de Estado, tendo ficado no Cemitério do Alto de São João até 1989 quando foi trasladado para o jazigo de família em Santa Cruz do Douro, Baião.
Evocação num Café ao Príncipe Real
Na Rua da Escola Politécnica nº103 existe uma pastelaria fundada em 1838, a Confeitaria Portuguesa, a que todos chamavam Serafina. Desde a década de 70 do séc. XX este famoso café passou a Cister e é aqui que vamos encontrar uma curiosa evocação a esta personalidade.
Espalhadas pelo espaço encontramos várias imagens que remetem para o escritor. As de maior destaque encontram-se na parede do lado esquerdo da sala.
Trata-se de um medalhão de embutidos de mármores de diferentes tonalidades onde está representado o seu retrato. Ali pode ler-se numa inscrição: “Eça de Queiroz / Pela Serafina, hoje Cister, passou grande parte dos seus dias.”
Ao lado encontra-se emoldurado um trabalho bordado em ponto de Arraiolos onde se observa a inconfundível figura de corpo inteiro do romancista que, sentado a uma mesa lê o jornal.
Parece ser seguro afirmar que Eça de Queiroz frequentava este café diariamente pela manhã. Dali seguia pelo Jardim do Príncipe Real, mais abaixo observava a cidade do Jardim de São Pedro de Alcântara e então descia o Chiado até ao Rossio.
Círculo Eça de Queiroz
No nº4 do Largo Rafael Bordalo Pinheiro tem sede esta instituição, fundada em 1940, que se propõe contribuir para o enriquecimento do nível cultural da sociedade portuguesa, assim como para a divulgação da vida e obra do escritor, através da realização de conferências, exposições, concertos e outras manifestações de carácter cultural.
Lisboa, Personagem de Romances
Lisboa é palco de muitos dos romances de Eça. A cidade está presente, não só na sua obra maior Os Maias como em: A Tragédia da Rua das Flores; O Primo Basílio; ou A Capital.
São inúmeras as passagens onde refere o Chiado, o Bairro Alto, o Campo Santana, o Príncipe Real, o Aterro… ou zonas mais periféricas como Santa Apolónia, Penha de França, Benfica, Olivais…
Através das suas descrições ficamos a conhecer com rigor as ruas, os hotéis, as lojas, os cafés, os jardins, o casario, as vivências.
Contudo, a cidade não é apenas um ambiente cenográfico onde se desenrolam acções. Lisboa surge personificada, interveniente e em permanente diálogo com as restantes personagens que habitam os seus extraordinários romances.
Durante a cerimónia de inauguração do monumento de homenagem a Eça de Queiroz, Ramalho Ortigão, seu amigo e também escritor, salientou: “Não é um retrato literário do insigne escritor que me proponho traçar – o meu fim é unicamente fazer notar a Lisboa que Eça é, como romancista, o mais fundamental e genuinamente lisboeta de todos os escritores nacionais”.
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