Jacarandás de Lisboa

Jacarandás de Lisboa: Cor, Beleza e Exuberância

Os jacarandás de Lisboa já estão em flor!
Todos os anos, entre Maio e Junho, as ruas, praças e jardins da cidade vestem-se de lilás, graças às deslumbrantes flores desta espécie. A sua beleza e exuberância a todos impressiona.

Este acontecimento não passa despercebido: os primeiros exemplares a florir são alvo de notícias; nas redes sociais multiplicam-se fotografias e vídeos; e aqueles que nos visitam procuram os melhores cenários para captar estes mágicos momentos. 

Por este motivo, fomos saber mais sobre os jacarandás de Lisboa e percorrer alguns locais onde observar o seu florescimento. 

Os Exóticos Jacarandás de Lisboa

Entre as dezenas de espécies existentes, a que encontramos em Lisboa é o jacarandá mimoso, de designação científica Jacaranda mimosifolia, originário da América do Sul (Argentina, Bolívia e sul do Brasil).

Associadas à sabedoria e à boa sorte, as flores desta árvore para além da sua beleza, contém propriedades utilizadas para fins medicinais. No que respeita ao aproveitamento da madeira, esta é muito apreciada no fabrico de móveis devido à sua durabilidade.

Os jacarandás de Lisboa foram trazidos do Brasil no início do séc. XIX, por Félix de Avelar Brotero (1744-1828), então director do Jardim Botânico da Ajuda. Este famoso especialista em botânica foi também o responsável pela introdução desta espécie  nas ruas de Lisboa, pois oferecia sementes dos primeiros exemplares, aclimatados nesse mesmo jardim, a quem os quisesse plantar. Hoje, entre outros mais recentes ali existentes, conservam-se ainda dois jacarandás originais que continuam a embelezar o espaço e que são, curiosamente, os últimos a florir na cidade. 

Outro aspecto interessante é o facto de o Jardim do Alto de Santo Amaro, que honra o nome de Avelar Brotero, exibir magníficos exemplares destas árvores.

Dada a origem desta espécie, que se adapta muito bem ao clima temperado e/ou quente, em Portugal podemos observar a predominância de jacarandás em territórios mais a sul. Em Lisboa, estes foram plantados em muitos dos espaços públicos, evidenciando-se, na época de florescimento, como árvore identitária da cidade.

É uma árvore de tronco delgado e copa arredondada que pode atingir os cerca de 15 metros de altura. Os frutos apresentam-se em cápsulas globosas, de 5 a 6 cm de diâmetro e de cor inicialmente esverdeada que se torna castanha na sua maturação, libertando, no Outono, centenas de sementes planas com asas membranosas. No Inverno perde as suas folhas de aspecto semelhante às dos fetos.

Jacarandás de Lisboa

O acontecimento mais aguardado ocorre entre Maio e Junho, quando ainda despidas de folhas, os imensos bouquets de flores lilases vibrantes, em forma de trompetes, destacam-se nas copas destas árvores, cativando o olhar de quem passa. Se as condições permitirem, um segundo florescimento, embora bastante mais ténue, dá-se no Outono, altura em que no hemisfério sul se inicia a Primavera, remetendo à época de floração de onde os jacarandás são originários.

À medida que os dias passam, as flores ao cair em chuva formam densos tapetes violetas cobrindo os passeios e arruamentos. A sua cor reflectida e espalhada pela atmosfera envolvente torna a já mágica luz de Lisboa ainda mais deslumbrante… e assim, de uma forma única, se anuncia a chegada do Verão nesta cidade.

Flores de jacarandá caídas no chão

Ao Encontro dos Jacarandás em Lisboa

Podemos evocar a beleza dos jacarandás de Lisboa de diversos modos e em múltiplos lugares da cidade. Observar o seu florescimento, no início do Verão e de forma menos exuberante no Outono. Fora destes períodos recordamos a sua magia através de um poema ou de uma música a eles dedicados.

Rossio – Praça D. Pedro IV

Aqui, neste autêntico salão de recepção dos visitantes de Lisboa, para além de possuir um grandioso tapete de calçada portuguesa com o seu emblemático padrão de ondas, Mar Largo, encontram-se duas magníficas fontes monumentais oitocentistas, ricas em simbologia marinha. Na época de floração, os jacarandás que envolvem esta praça tornam-na ainda mais deslumbrante.

Jacarandás de Lisboa: Rossio

Chafariz das Moiras

Inserido no Largo do Correio Mor, este chafariz com a inscrição “UTILIDADE DO PUBLICO ANNO DE 1815” e adossado a um muro cor de rosa compõe um dos mais belos cenários dos jacarandás em flor.

Bem perto, ficam a Igreja e o Museu de Santo António, a Sé Catedral e ainda o Museu do Aljube que não pode deixar de visitar.

Jacarandás de Lisboa: Chafariz das Moiras

Largo das Necessidades

A Tapada das Necessidades, o Palácio com o mesmo nome e o discreto miradouro do Jardim Olavo Bilac fazem com que este Largo seja um dos locais imperdíveis de Lisboa. Tanto um passeio pelo imenso espaço verde, como a contemplação da cidade com vista para a Ponte 25 de Abril e margem sul podem ser aqui desfrutados… e se coincidir com o florescimento dos jacarandás, a experiência será ainda mais inesquecível.

Jacarandás de Lisboa: Largo das Necessidades


Av. 5 de Outubro

Os cerca de 2Km de comprimento da Av. 5 de Outubro têm, ao longo do seu separador central, mais de 300 jacarandás que, na época de floração, conferem a esta movimentada via um carácter especial.

Recentemente os jacarandás desta avenida estiveram no centro das atenções. Devido à construção de um estacionamento subterrâneo, alguns dos jacarandás foram transplantados e outros removidos, originando o protesto da população. Esta reivindicação não só reforçou o carinho dos lisboetas por estas árvores como também evidenciou esta espécie como identidade paisagística da cidade.

Jacarandás de Lisboa: Av. 5 de Outubro

Jardim dos Jacarandás e Passeio dos Jacarandás

São dois agradáveis espaços verdes contíguos situados, entre edifícios habitacionais, no Parque das Nações, recinto da Expo’98 sob o tema “Os Oceanos, um Património para o Futuro”, com o propósito de comemorar os 500 anos dos Descobrimentos Portugueses.

Foi na sequência das explorações pelo mundo que novas espécies botânicas foram trazidas para Portugal. Os jacarandás são uma delas e este é certamente o local mais adequado para os enaltecer através da toponímia.

O Jardim convida-nos a uma pausa nos seus bancos namoradeiras/conversadeiras, assim como, à descoberta de uma instalação artística, de 1998, intitulada Caminho, do artista Carsten Höller. O Passeio é preenchido por dezenas de jacarandás, proporcionando um ambiente aprazível, especialmente na época da sua floração.

Jardim dos Jacarandás e Passeio dos Jacarandás
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Jardim Botânico da Ajuda

Por último sugerimos uma visita ao Jardim Botânico da Ajuda, não só por ser um local extraordinário sempre diverso, qualquer que seja a época do ano, mas também pelo facto de os primeiros exemplares de jacarandás de Lisboa terem sido aqui plantados e, como já referimos, pela curiosidade  de serem os últimos a florescer na cidade.

Este foi o primeiro jardim botânico de Portugal, fundado em 1768, com projecto do botânico italiano Domingos Vandelli, destinado à colecção de plantas do mundo e ao seu estudo.

Jacarandás de Lisboa: Jardim Botânico da Ajuda

Muitos outros locais como: Av. do Restelo, Av. das Descobertas, Av. da Torre de Belém, Av. 24 de Julho, Av. D. Carlos, Largo do Carmo, Largo do Rato, Parque Eduardo VII, Campo Pequeno, Alameda dos Oceanos são igualmente excelentes espaços para apreciar o florescimento dos jacarandás.

Belos jacarandás estão também presentes no cemitério histórico dos Prazeres. Aquando do seu florescimento realizam-se visitas orientadas promovidas pela divisão cemiterial da Câmara Municipal de Lisboa que não pode perder.

Faça a sua descoberta!

A poesia é muitas vezes o meio para a exaltação de algo que nos toca.

Aos jacarandás de Lisboa de Eugénio de Andrade
São eles que anunciam o verão.
Não sei doutra glória, doutro
paraíso: à sua entrada os jacarandás
estão em flor, um de cada lado.
E um sorriso, tranquila morada,
à minha espera.
O espaço a toda a roda
multiplica os seus espelhos, abre
varandas para o mar.
É como nos sonhos mais pueris:
posso voar quase rente
às nuvens altas – irmão dos pássaros –,
perder-me no ar.

in Os Sulcos da Sede

Falta-nos referir que é durante o florescimento que ocorre a libertação de uma substância pegajosa que se deposita nos passeios e nos carros estacionados e que as flores depois de pisadas emanam um odor menos agradável, causando algum incómodo aos transeuntes. Ainda assim, acreditamos que o encanto do espectáculo proporcionado pelos jacarandás de Lisboa e o carinho demonstrado pelos lisboetas por esta espécie, superam largamente estes aspectos menos positivos.

Que  todos os anos eles continuem a florescer mudando a cor da atmosfera da cidade, exaltando a sua beleza!

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