Oceanário de Lisboa: construído sobre a Doca dos Olivais, rodeado de água, alberga um tanque central e quatro outros separados entre eles por painéis acrílicos, dando a sensação de que se trata de um único aquário.

Oceanário de Lisboa, mais que uma Viagem Subaquática

Artigo original publicado em 17/09/2021

A visita ao Oceanário de Lisboa é mais do que um simples convite ao conhecimento do fantástico mundo subaquático.

Para além de podermos mergulhar na beleza extraordinária dos oceanos e observar as inúmeras espécies marinhas, somos confrontados com uma das questões mais prementes do nosso tempo, a urgência da conservação da natureza

Neste espaço aprendemos como cada um, incluindo os mais pequenos, pode contribuir para o equilíbrio do planeta que depende das florestas e dos oceanos.

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Do Pavilhão dos Oceanos ao Oceanário de Lisboa

O Oceanário de Lisboa foi construído no âmbito da Exposição Internacional de Lisboa de 1998 sob o tema “Os Oceanos, um Património para o Futuro”, realizada no Parque das Nações, na zona oriental da cidade.

O projecto, do então Pavilhão dos Oceanos, foi liderado pelo norte-americano Peter Chermayeff, especialista em arquitectura de aquários. Na época era o maior da Europa e o segundo maior do mundo, ficando apenas atrás do da cidade japonesa Osaka. Construído sobre a Doca dos Olivais, rodeado de água, alberga um tanque central e quatro outros separados entre eles por painéis acrílicos, dando a sensação de que se trata de um único aquário.

Em 2011 foi inaugurado o Edifício do Mar, uma extensão do Oceanário. Este projecto, do arquitecto português Pedro Campos Costa, para além de cumprir a função de aumento das áreas de  exposição e de apoio,  estabelece uma importante conexão arquitectónica com o edifício principal. Deste destaca-se o criativo trabalho de revestimento da fachada, do Atelier Cumella, com azulejos em forma de leque de três tonalidades diferentes de branco, que no seu conjunto sugere uma cobertura de escamas.

Edifício do Mar, extensão do Oceanário de Lisboa

Entre os dois edifícios existe um enorme painel composto por cerca de 55 mil azulejos, do designer Ivan Chermayeff, irmão do arquitecto que projectou o Oceanário. Actualmente a visibilidade desta extraordinária composição, produzida pela Fábrica de Cerâmica Constância, não é a melhor, devido à instalação da loja e restaurante naquele espaço. Ainda é possível observar de perto elementos geométricos, em branco e tonalidades de azul, mas os seres aquáticos, como: algas, cavalos-marinhos, tubarões, tartarugas, peixes…, que surgem quando observados à distância, perderam-se significativamente.

Entre o Oceanário e o Edifício do Mar  existe um enorme painel composto por cerca de 55 mil azulejos, do designer Ivan Chermayeff, irmão do arquitecto que projectou o Oceanário. Actualmente a visibilidade desta extraordinária composição, produzida pela Fábrica de Cerâmica Constância, não é a melhor, devido à instalação da loja e restaurante naquele espaço. Ainda é possível observar de perto elementos geométricos, em branco e tonalidades de azul, mas os seres aquáticos, como: algas, cavalos-marinhos, tubarões, tartarugas, peixes…, que surgem quando observados à distância, perderam-se significativamente.
Painel de azulejos da autoria do designer Ivan Chermayeff

Merece especial destaque a peculiar calçada portuguesa localizada junto ao Oceanário e que se estende até ao Largo José Mariano Gago. Nela observam-se seres fantásticos marinhos, da autoria do artista plástico Pedro Proença, que nos remetem para o imaginário presente nos mapas e cartas de marear medievais.

Este trabalho integra um conjunto de criações artísticas para a Expo’ 98 de que lhe falámos e mostrámos através de imagens aéreas em Surpreendente Calçada Portuguesa do Parque das Nações.

Calçada portuguesa localizada junto ao Oceanário de Lisboa e que se estende até ao Largo José Mariano Gago. Nela observam-se seres fantásticos marinhos, da autoria do artista plástico Pedro Proença, que nos remetem para o imaginário presente nos mapas e cartas de marear medievais.
Calçada portuguesa da autoria do artista plástico Pedro Proença


Prepare-se para Submergir!

Presentemente o Oceanário de Lisboa dispõe, para além da exposição permanente, de duas exposições temporárias: “Florestas Submersas” que inicia a visita, e de que falaremos seguidamente com mais detalhe, e a instalação artística “ONE, O Mar como nunca o sentiu”.

Exposição Temporária “Florestas Submersas”

Exposição Temporária “Florestas Submersas”: trata-se de um nature aquarium, patente desde 2015 no Edifício do Mar, da autoria do fotógrafo e criador japonês Takashi Amano.
Exposição Temporária “Florestas Submersas”

Trata-se de um nature aquarium, patente desde 2015 no Edifício do Mar, da autoria do fotógrafo e criador japonês Takashi Amano, entretanto falecido meses após a conclusão deste que foi o seu maior e mais complexo projecto.

Amano revolucionou a concepção de aquários, introduzindo técnicas e saberes da arte da jardinagem japonesa. Os seus projectos recriam ambientes de florestas tropicais que obedecem à forma como a natureza constrói as suas paisagens, aliando-lhes uma forte componente estética.

Esta peça de arte viva tem a particularidade de estar em constante transformação, oferecendo panoramas diferentes ao longo do tempo.

Sugerimos que veja a entrevista com Takashi Amano onde fala, entre outros aspectos interessantes, sobre este trabalho e das suas criações que eram resultados da aprendizagem da natureza. 

Condensamos ainda informação curiosa sobre este aquário a partir da reportagem da RTP, aquando da montagem do mesmo. Saiba que se trata de:

  • O maior nature aquarium do mundo;
  • Formato em U;
  • Dimensões: 48 m de comprimento; 1,30 m de altura;
  • 160 toneladas de peso;
  • 160 000 litros de água doce;
  • Mais de 10 000 peixes tropicais de 40 espécies;
  • 25 toneladas de rochas da Ilha do Pico, Açores;
  • 78 troncos de árvores provenientes da Escócia e de países do Sudeste asiático;
  • Um número incontável de mais de 40 espécies e de várias variedades de plantas, vindas do Japão.

Exposição Permanente  “Um Planeta, Um Oceano”

Após o mergulho em águas doces, o visitante entra no oceanário propriamente dito, através de uma passagem superior. Ao longo do percurso, painéis informativos mostram os vários projectos, apoiados pela instituição, relacionados com a conservação de espécies.

No interior, uma tela azul do grande aquário marca o início da visita.

Aquário central com inúmeros animais marinhos
Aquário central

O circuito expositivo é dividido em dois níveis: terrestre e subaquático, onde os habitats dos oceanos Atlântico, Antártico, Pacífico e Índico são recriados.

No nível terrestre podemos observar, entre outros, aves marinhas das zonas costeiras do Atlântico Norte, pinguins do Antártico, lontras do Pacífico que conquistam com a sua graciosidade os visitantes de todas as idades, e ainda a recriação de uma zona coralina das ilhas Seychelles do Índico tropical.

Habitat do Oceano Pacífico onde as lontras conquistam, com a sua graciosidade, os visitantes de todas as idades.
Habitat do Oceano Pacífico onde as lontras conquistam, com a sua graciosidade, os visitantes de todas as idades.

Este circuito é intervalado com espaços informativos interactivos, peças de arte e também uma área dedicada às crianças, a Casa do Vasco. Todos têm o objectivo de sensibilizar o público para os problemas que afectam os oceanos e para a urgência da adopção de novas atitudes em prol da protecção do ambiente.

Green Art é um projecto de Skeleton Sea que utiliza “lixo das praias, destroços, sucatas, ossos, conchas e outros materiais que ficaram parados no tempo… A importância de manter os oceanos limpos e a importância de respeitar a Natureza é a principal mensagem que se pretende comunicar…”; Artistas: Xandi Kreuzeder e João Parrinha
Green Art é um projecto de Skeleton Sea que utiliza “lixo das praias, destroços, sucatas, ossos, conchas e outros materiais que ficaram parados no tempo… A importância de manter os oceanos limpos e a importância de respeitar a Natureza é a principal mensagem que se pretende comunicar…”; Artistas: Xandi Kreuzeder e João Parrinha

Descendo ao nível subaquático, podemos observar as inúmeras espécies marinhas dos quatro habitats e do tanque central. Existem ainda aquários com variedade de espécies, desde peixes tropicais, cavalos-marinhos, medusas, anémonas-do-mar, corais…

Pelo meio encontra-se a exposição “Anfíbios. Interessantes por natureza” que nos alerta para o perigo do desaparecimento destes animais que desempenham um importantíssimo papel no equilíbrio dos ecossistemas, do qual se destaca, por exemplo, o controlo de pragas. 

O entusiasmo que os animais marinhos nos imprimem leva-nos, muitas vezes, a descurar das placas informativas que estão afixadas pelo recinto. Mas vale a pena dedicar-lhes alguma atenção, pois podemos descobrir curiosidades interessantes como esta: sabia que a lontra-marinha tem a pelagem mais densa do reino animal, com cerca de 155 000 pêlos por centímetro quadrado? 😉

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O Oceanário de Lisboa na Literacia dos Oceanos

Aquecimento global, sobrepesca, poluição, contaminação de plásticos são alguns dos factores que constituem verdadeiras ameaças aos ecossistemas marinhos.

O Oceanário de Lisboa desempenha um importante papel na literacia dos oceanos e na sensibilização do público para “o dever da conservação do património natural, através da alteração dos seus comportamentos.”

Para além das exposições, o Oceanário de Lisboa desenvolve um vasto conjunto de actividades destinado a todos: desde acções educativas, workshops para professores, visitas guiadas especializadas para séniores ou para pessoas com deficiência visual, projectos de conservação, programas de reprodução…, tudo em defesa dos oceanos. Pode encontrar estas e outras informações no website do Oceanário.

Após a visita a este maravilhoso mundo submerso, presente em Lisboa, ninguém consegue ficar indiferente perante a responsabilidade individual na conservação da natureza. Pequenos gestos simples como a poupança de água, consumo de peixes de origem sustentável ou o recurso diário aos transportes públicos, se praticados por todos, podem fazer a diferença. 😉

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