São mesmo marcas misteriosas nas pedras das Ruínas do Carmo! Veja o vídeo que preparámos e temos a certeza que o vamos surpreender.
As Ruínas do Carmo são testemunho de várias épocas. Desde a edificação da igreja no séc. XIV, passando pelo terramoto de 1755, até ao actual Museu Arqueológico, aqui estiveram presentes diversas ocupações, intenções, estéticas e ideologias.
Sugerimos que leia também o nosso post Museu da GNR: Memórias de Abril, um Convento e um Quartel para saber mais sobre o Convento do Carmo.
Muito se sabe sobre este edifício, muito há a contar e a explorar. Mas este fantástico monumento continua a guardar segredos e a revelar motivos para novos estudos e abordagens.
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Os Terraços do Carmo
A intervenção concluída em 2015, que corresponde à última fase do plano de recuperação do Chiado do arquitecto Siza Vieira, trouxe consigo novidades. Teve como objectivo desobstruir as traseiras do edifício a fim de oferecer à cidade um novo espaço reabilitado, os Terraços do Carmo.
Assim, a parte baixa das cabeceiras da igreja, que terão logo após a sua construção sido atulhadas para melhor consolidar o terreno, foram agora limpas. Sabia-se que este local correspondia a um antigo caminho que ligava o Largo do Carmo ao Rossio, o chamado Caracol do Carmo, há muito interrompido e abandonado.
Após a consolidação dos alicerces foi possível retirar todo o entulho que aqui permaneceu séculos e descobrir inúmeros artefactos e estruturas. Estes, depois de analisados, irão permitir contar muitas outras histórias.
Sabe-se para já que nesta área terá havido um hospital ligado ao Convento do Carmo, uma zona de enterramento e um jardim, tudo em diferentes períodos.
Hoje o espaço consiste num grande terraço em três níveis a que se acede por escadas junto ao cimo do elevador de Santa Justa ou por elevador a partir da Rua do Carmo. Aqui encontra um bar-esplanada, que convida a permanecer em confortáveis espreguiçadeiras.
Vamos, então, perceber que marcas misteriosas nas pedras das Ruínas do Carmo são estas.
As Marcas Misteriosas nas Pedras das Ruínas do Carmo
As paredes da Igreja do Carmo estão limpas e vêem agora a luz do dia ao fim de tantos séculos.
Se reparar com atenção encontrará muitas marcas misteriosas nas pedras das Ruínas do Carmo. Algumas delas ainda apresentam um pigmento vermelho, o que permite deduzir que não terão estado muito tempo sujeitas às intempéries.
Do que se trata? Passamos a explicar!
Já ouviu falar em Gliptografia?
Gliptografia é a ciência que estuda, classifica e investiga as marcas de canteiro. Este é sem dúvida um tema vasto e fascinante.
Existiam marcas que se destinavam a dar indicação da posição das pedras na construção, mas essas deixavam de ser visíveis após a sua colocação.
As marcas de que falamos são outras.
Desde a Antiguidade que os homens que talhavam pedras, as gravavam com marcas simbólicas ou alegóricas. Esta prática durou até ao Renascimento.
Ao longo de tanto tempo o seu significado foi, com certeza, variando. Hoje a sua compreensão constitui um desafio aos arqueólogos e historiadores que se interessam por estes períodos mais recuados, dando origem a diversas teorias.
Geralmente é aceite como opinião dominante que estas marcas se destinavam a identificar o executante do trabalho, a fim de se determinar o valor a receber por cada um.
Ficou desiludido com esta explicação tão pragmática, desprovida de mistério ou simbolismo?
Com efeito, este sentido prático é muito provavelmente verdadeiro, mas não invalida que sob esta crua funcionalidade não existissem outras intenções e significados. O que representa cada uma destas marcas continua a intrigar quem as observa.
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Colocando Perguntas
Se estas marcas misteriosas se destinavam apenas a facilitar o pagamento devido porque é que após o mesmo, não eram simplesmente apagadas das paredes? E nesse caso porque são gravadas e não simplesmente pintadas o que facilitaria a sua remoção?
Qual o significado inerente a cada um dos símbolos?
Como e quem é que determinava o símbolo a usar por cada canteiro ou por cada oficina?
Nesta nossa observação encontrámos, sem esforço mais de 100 marcas diferentes, umas mais figurativas, outras abstractas.
Através do seu estudo será um dia possível saber quantos trabalhadores intervieram nesta obra ou reconstituir a rota de trabalho de um determinado canteiro?
Muitas questões podem ser levantadas. Enquanto não tivermos melhores respostas deslumbremo-nos com a visão destas marcas misteriosas nas pedras das Ruínas do Carmo que agora nos são dadas a observar.
Com o tempo, sujeitas às condições climatéricas estas marcas terão tendência a desaparecer, como terá acontecido com outras que existiriam em camadas mais altas e expostas às intempéries ao longo de séculos.
Esperamos que o seu inevitável desaparecimento tenha apenas causas naturais e que as marcas destas pedras não sejam destruídas por incúria, ignorância ou vandalismo.
Passe pelas Ruínas do Carmo, descubra e confira por si, as marcas misteriosas do nosso vídeo.
Foi por aí que começou? Reveja-o… irá vê-lo com outros olhos! 😉
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