Quando se fala de arte urbana da Estação de Entrecampos, provavelmente visualiza de imediato a composição que se localiza no acesso exterior. Mas sabia que no interior existe uma outra intervenção?
Lisboa tem sido um destino de eleição dos artistas-graffiters de todo o mundo e já reúne imensos trabalhos de qualidade, espalhados um pouco por toda a cidade.
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Contudo, para atingir este estatuto, foram necessários anos de luta contra graffitis ilegais e tags, e, simultaneamente, a promoção de obras de arte urbana que têm tido um papel importante na sociedade com contribuições a vários níveis.
São os casos de projectos determinantes para a inovação de bairros municipais, entre eles:
Ou acções que assinalam a importância de alguma temática específica ou que, simplesmente, visam a valorização de um espaço público:
Desde 2009 que Lisboa tem uma estratégia para a promoção da arte urbana através da acção fundamental da GAU – Galeria de Arte Urbana do Departamento de Património Cultural da Câmara Municipal. Assim como para a salvaguarda do património de actos vandálicos, que infelizmente continuam a provocar uma poluição visual significativa.
Os projectos de arte urbana da Estação de Entrecampos, na zona das Avenidas Novas, de que lhe falamos foram executados por artistas mulheres portuguesas e tiveram como primeiro objectivo a requalificação dos acessos à estação de comboio.
Os Dois Projectos de Arte Urbana da Estação de Entrecampos
A Estação de Entrecampos encontrava-se vandalizada por graffiti não autorizados e desregulados, apresentando por isso um aspecto descuidado e decadente. Com o intuito de proporcionar aos utentes um recinto requalificado, a IP – Infraestruturas de Portugal (empresa pública responsável pelas infraestruturas rodoviárias e ferroviárias) optou por o fazer através de duas intervenções de arte urbana, em dois momentos distintos.
“Passagem das Horas”
Situado na passagem inferior pedonal do lado poente, este projecto de arte urbana da Estação de Entrecampos foi executado em 2017 e é da autoria de Ângela Menezes.
Trata-se de uma composição sobre uma intervenção anterior da mesma artista, que em 2013 pintou 111 figuras, evocando os trabalhadores da rede ferroviária, utentes e habitantes da zona.
Com o passar do tempo esse primeiro mural foi sendo desvirtuado com graffiti ilegais, pelo que a IP teve a iniciativa de requalificar este espaço, convidando Ângela Menezes para uma nova intervenção artística.
No painel central, sobre o mural vandalizado, foi escrita em negativo a frase “Viajei por mais terras do que aquelas em que toquei”, retirada da “Passagem das horas” de Álvaro de Campos, heterónimo de Fernando Pessoa. Nas restantes paredes encontram-se outros excertos de poemas do mesmo autor.
O resultado foi muito interessante pois permitiu preservar a memória das marcas sobrepostas, mesmo aquelas que “agrediram” o trabalho original, e em paralelo divulgar a literatura portuguesa.
Mas, lamentavelmente, esta nova iniciativa que mostrou o autêntico significado do valor da arte, não conseguiu conter os actos destruidores que se continuam a verificar, impedindo o público de apreciar em pleno a obra realizada.
“A Lata Delas”
A segunda produção de arte urbana da Estação de Entrecampos resultou de uma parceria entre a IP e a GAU e foi realizada no acesso exterior da estação, na Avenida Álvaro Pais. Data de Fevereiro de 2019, e intitula-se “A Lata Delas”.
Para a sua realização foram convidadas quatro pintoras portuguesas: Maria Imaginário, Margarida Fleming, Patrícia Mariano e Tamara Alves. Em detrimento de uma obra conjunta, optaram por se expressar cada uma no seu estilo, explorando linguagens individuais.
Transformaram então uma área de mais de 300m2, aproveitando a configuração do acesso à estação em corredor. À medida que o percorre o público vai apreciando as obras como se se tratassem de telas expostas numa galeria de arte.
Muitas das pinturas representam figuras e rostos femininos que não são alheios a um outro objectivo deste projecto, o de homenagear e dar visibilidade a artistas femininas de arte urbana que ainda são em número pouco representativo.
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